A Biosfera é, normalmente definida como a camada superficial terrestre capaz de suportar vida. Assim, a Biosfera constitui um sistema global que inclui toda a vida na Terra, o ambiente onde essa vida se desenrola e as relações se estabelecem entre todos os seus elementos.
Organização biológica
A unidade fundamental da vida é a célula. As células podem surgir na Natureza de forma isolada - no caso dos seres unicelulares - ou associadas entre si - constituindo seres multicelulares ou pluricelulares.
O sistemas biológicos estão organizados de uma forma hierárquica. Nos seres pluricelulares, as células idênticas e com funções semelhantes formam tecidos. Normalmente, diferents grupos de tecidos associam-se para formar grandes estruturas designadas orgãos, como, por exemplo, o estômago ou o coração. Estes orgãos podem formar sistemas de orgãos, como o sistema digestivo ou o sistema circulatório. Diferentes sistemas de orgãos cooperam entre si, formando um organismo
Os organismos idênticos capazes de se cruzarem entre si e originarem descendentes férteis dizem-se pertencentes à mesma espécie.
A organização hierárquica dos sistemas vivos estende-se para alèm do organismo. Assim, os seres pertencentes à mesma espécie e que habitam uma determinada área, num determinado momente, constituem uma população.
Indivíduos de espécies diferentes que habitam uma mesma área e estabelecem relações entre si formam uma comunidade biótica ou biocenose.
O conjunto da comunidade biótica, do ambiente físico e quimíco e as relações que se estabelecem entre si formam um sistema ecológico ou ecossistema.
Dinâmica dos ecossistemas
Os seres vivos de um ecossistema estabelecem relações tróficas ( alimentares ) que envolvem transferências de matéria e energia. Estas relações tróficas constituem as cadeias alimentares. Assim, uma cadeia alimentar é uma sequência de seres vivos que se relacionam a nível alimentar. As cadeias alimentares inter-relacionam-se, originando as teias alimentares ou redes tróficas.
Nas redes tróficas, pode considerar-se a existência de três categorias de seres vivos de acordo com as estratégias na obtenção do alimento: produtores, consumidores e decompositores.
Diversidade biológica
Actualmente, estima-se que existam na Terra cerca de 30 milhões de espécies de organismos. Alguns são formados por uma só célula muito simples, sem núcleo oranizado - seres procariontes ( formados por células procarióticas). Outros apresentam células mais complexas, com núcleo organizado e delimitado por um invólucro- seres eucariontes ( formados por células eucarióticas). Estes seres vivos podem ser unicelulares ou pluricelulares.
Na tentativa de facilitar a compreensão da evolução da vida na Terra e da actual diversiidade de seres vivos, os biólogos utilizam sistemas de classificação, agrupando os organismos de acordo com as suas relações filogenéticas.
Um dos sistemas de classificação mais utilizados foi proposto por Whittaker em 1979.
Classificação de Whittaker
Os organismos pertencentes ao Reino Monera são unicelulares e procariontes.
O Reino Protista é formado por organismos eucariontes. A maioria deles é unicelular, mas alguns dos seres pertencentes a este reino são pluricelulares.
O Reino Fungi é formado por seres unicelulares e pluricelulares, sendo todos eucariontes. Os seres deste reino absorvem as substâncias alimentares do meio, depois de as digerir no exterior das suas células. Muitos deles são decompositores, sendo outros parasitas. Um pequeno número vive em simbiose com outros seres ( os líquenes que são associações entre algas e fungos ).
O Reino Plantae é formado por seres pluricelulares eucariontes, capazes de produzir compostos orgânicos, a partir de compostos inorgânicos, através de fotossíntese.
O Reino Animalia incliu seres pluricelulares, eucariontes, incapazes de produzir compostos orgânicos, a partir de compostos inorgânicos. Assim, ingerem o alimento e procedem à sua digestão fora das células, absorvendo, em seguida, os produtos resultantes.
Conservação e Extinção
Desde que a vida surgiu na Terra, até à actualidade, ocorreram espantosos fenómenos d evolução, que permitiram que a partir de seres unicelulares fossa criada uma enorme diversidade de organismos com diferentes graus de complexidade.
Contudo, esse processo não terá sido "pacífico", nem linear. Desde o surgimentos das primeiras formas de vida até aos nossos dias, um sem-número de espécies terá surgido e quase outro tanto terá sido extinto.
Estima-se que mais de 99% das das espécies que alguma vez existiram estão actualmente extintas. Se a extinção de espécies ocorre naturalmente, por que razão existe uma preocupação crescente relativamente a este fenómenos?
A resposta parece estar no elevado ritmo a que a extinção de espécies poderá ocorrer devido à acção directa ou indirecta do Homem.
As esppécies podem ser ameaçadas ou mesmo extintas devido a diversas causas, de entre as quais se destacam a sobreexploração, a introdução de predadores ou de doenças, a interrupção de relações de simbiose, as alterações climáticas e a destruição do habitat.
Por exemplo, o ritmo a que as florestas tropicais estão a ser detruídas é muito elevado, colocando em risco inúmeras espécies.
As estimativas mais optimistas prevêem que pelo 10% das espécies actualmente existentes sejam extintas nas próximas duas décadas. Cso a população humana continue a aumentar ao ritmo actual, prevê-se que, ainda durante este século, 25% de todas as espécies existentes se venham a extinguir. Se este cenário mais pessimista se verificar, poderemos estar diante de uma nova extinção em massa.
A extinção de espécies é um assunto preocupante. Não podemos esquecer que, de diversas formas, dependemos de outras espécie. Também não nos é possível prever que espécies poderão vir a ser úteis como fonte de alimentos e de medicamentos. Por exemplo, uma grande percentagem dos medicamentos, actualmente prescritos, contém produtos derivados de plantas ou animais.