Idade Relativa e Idade Radiométrica
Ao observarmos diferentes tipos de rocha, cada um com caracteristicas que lhes são peculiares, estamos a recuar no tempo e a deduzir as condições ambientais, tanto físicas como químicas, que terão estado na sua origem.
Os fósseis, salvo raras excepções, encontram-se nas rochas sedimentares. Juntamente com os sedimentos que chegam a um determinado meio de deposição, podem chegar também organismos acabados de morrer ou restos desses mesmos organismos, Se as condições de sedimentação forem propícias à preservação desses organismos, ou dos seus restos, no seio dos sedimentos, poderá então formar-se um fóssil.
Mas, o que é um fóssil?
Fóssil é o resto de um organismo, ou vestígios da sua actividade ( tais como pegadas, ovos, etc.), que viveu num determinado momento da história da Terra e que se encontra preservado nos estratos das rochas sedimentares.
Principio da Sobreposição
O princípio da sobreposição, um princípio geológico muito simples, que por si mesmo parece evidente, é o que estabelece que numa série de estratos sedimentares cuja disposição é aproximadamente horizontal, e que não sofreu alterações de posição, cada camada é mais moderna que a camada que recobre, mas mais antiga que a camada que a cobre.
Esta relação de idade não poderia ser outra no caso em que camadas de sedimento se formam a partir de uma suspensão na água ou no ar. Mas, apesar da sua simplicidade, este princípio de estratrificação por idade pode levantar algumas dúvidas. É o caso de quando os estratos ou camadas são dobrados durante a actividade tectónica, como ocorre vulgarmente em intensas deformações dos estratos de tal maneira que as camadas superiores são mais antigas que as inferiores. Os geólogos têm em atenção a prevenção deste erro, examinando detalhadamente a rocha sedimentar. Há casos em que o princípio da sobreposição não se aplica. São os casos dos terraços fluviais, das dobras deitadas, dos filões-camada ou soleiras e dos sedimentos depositados nas grutas.
Principio da Identidade Paleontológica
Um dos princípios utilizados na datação relativa dos estratos, o princípio da identidade paleontológica admite que, nos estratos, os grupos de fósseis surgem numa ordem definida, podendo reconhecer-se um determinado período de tempo geológico pelas características dos fósseis. Às camadas que possuem o mesmo conjunto de fósseis de idade pode ser atribuída a mesma idade.
Idade Relativa
A idade relativa é determinada pela ordem cronológica de uma sequência de acontecimentos.
A datação relativa apoia-se em vários princípios geológicos, como o princípio da horizontalidade inicial ou original, o princípio da sobreposição e o princípio da identidade paleontológica. A datação relativa baseia-se, portanto, na presença de fósseis nas rochas e/ou na posição relativa das formações geológicas.
Idade Radiométrica ou Absoluta
Representa um método de medida do tempo geológico em unidades concretas de tempo. Permite atribuir uma idade numérica às formações geológicas, com base na desintegração regular de isótopos radioactivos naturais presentes nos minerais. Uma vez que a desintegração espontânea dos isótopos radiactivos, como o carbono 14, ocorre a uma velocidade constante, a determinação dessa velocidade e da quantidade de elementos radiactivos permite datar as rochas que contêm esses minerais.
Memória dos tempos geológicos
A história da Terra é uma hist+oria muito longa e, grande parte dela, encontra-se escrita nas rochas. São muitos e variados os acontecimentos que marcam a história da Terra, sempre como consequência do seu dinamismo. Alguns acontecimentos assumiram proporções dramáticas; ainda hoje, é possível observar as suas cicatrizes.
Ao aparecimento das primeiras formas de vida, ou ao desabrochar constante e ininterrupto de novas espécies de seres vivos - que culminou, quase nos nossos dias, com o aparecimento da espécie humana -, opõem-se com inusitada frequência, inúmeros expemplos de verdadeiros cataclismos com consequências para o desenvolvimento e evolução da vida. Entre estes podem-se destacar:
- Períodos de intensa e contínua actividade vulcânica, registada pela existência de grandes escoadas de lava basáltica. Estes acontecimentos, ao libertarem para a atmosfera grandes quantidades de gases e poeiras, terão libertado para a atmosfera grandes quantidades de gases e poeiras, terão criado um enorme desequilíbrio em relção às condições atmosféricas existentes à superfície da Terra
- Períodos de aquecimento ou arrefecimento global, com importantes consequências ao nível do equilíbrio dos ecossistemas, provocando a extinção de muitas espécies. O aquecimento global é registado pelo aparecimento de espécies vegetais com caracteristicas tropicais em latitudes de temperaturas mais moderadas. O arrefecimento global conduz, por exemplo, ao aparecimento de glaciares que deixam a sua marca em latitudes mais baixas.
- Períodos mais ou menos prolongados de subida ou descida do nivel do mar (mais conhecidos como transgressões e regressões marinhas, respectivamente). Durante estes períodos, a área da superfície terrestre coberta por água sofre as maiores variações e, por esta razão, a quantidade de rochas sedimentares em formação é igualmente afectada, pois há grandes variações na dimensão das bacias sedimentares.
- Impacto da Terra com corpos vindos do espaço (asteróides, cometas, etc...) comprovados pela presença das crateras ainda existentes, tanto na superfície da Terra, como, sobretudo, pelas inúmeras existentes na superfície da Lua e de outros planetas do Sistema Solar.
Escala do Tempo Geológico
Do estudo do registo fóssil encontrado nas rochas, da análise de acontecimentos semelhantes aos descritos anteriormente e igualmente registados nas rochas, e ainda de outros acontecimentos que terão ocorrido a uma escala não global, foi possível fazer uma reconstituição, embora com algumas lacunas, da história da Terra. Foi convencionado dividir a história da Terra em diferentes fracções, de modo que foi possível construir uma Escala do Tempo Geológico. A Escala do Tempo Geológico baseia-se na seriação, em termos cronológicos, dos acontecimentos que marcaram a história da Terra, desde a sua formação até aos tempos actuais. Deve-se ainda realçar o facto de que as principais divisões que se registam nesta escala, posteriores ao Pré-Câmbrico, correspondem a momentos da história da Terra e da vida marcados pelo desaparecimento conjunto de numerosas espécies, isto é, momentos em que ocorreram extinções em massa com grande significado.
