A Terra, um planeta único a proteger

A Terra, um planeta único a proteger

A face da Terra. Continentes e fundos oceânicos

 

Quando observamos uma imgem do planeta Terra, depressa nos apercebemos das diferentes tonalidades e cores que ela apresenta. O branco representa as nuvens e as calotes polares, o castanho, misturado com tons esverdeados, representa os continentes e o azul corresponde à água dos mares e dos oceanos.

A área total da superfície terrestre é de 510 milhôes de km2 e a Terra emersa corresponde a 148 X 106 km2.

Os continentes são formados por rochas que diferem das que constituem os fundos oceânicos. Os primeiros têm composição predominantemente de rochas ganíticas, enquanto que os segundos de rochas basálticas. A densidade dos continentes pesam menos do que as rochas que constituem os fundos dos oceanos.

 

Os continentes

 

Os continentes representam uma pequena parte da superfície da crusta terrestre ( cerca de um terço ) e não estão distribuídos de uma foma uniforme à superfície da Terra. A maior parte, mais de 65% localiza-se no hemisfério norte, concentrados na vizinhaça do Circulo Polar Ártico.

A geologia e a morfologia dos continentes é muito complexa, mas é possível definir elementos característicos entre eles: os escudos, as plataformas e as cadeias montanhosas.

Os escudos ou cratões correspondem a extensas áreas continentais que se mantiveram estáveis durante muitos milhões de anos ( com idade superior a 600 milhões de anos) e apresentam história geológica muito variada, com rochas intensamente dobradas e metamorfizadas e muitas intrusões predominadamente graníticas.

Os cratões são regiões aplanadas que podem estar cobertas por sequências sedimentares de origem marinha e que ainda apresentam as características da sua deposição original. Estas sequências sedimentares designam-se plataformas e podem atingir alguns quilómetros de espessura.

No entanto, os relevos mais espectaculares que se podem observar na superfície dos continentes são as cadeias montanhosas. Estas estruturas resultam de processos que envolvem fenómenos de colisão entre placas litoféricas, actividade vulcânica e metamórfica que, no seu conjunto, se designam orogenia.

Regiões da crusta continental, actualmente ocupoadas por cadeias montanhosas, podem ter correspondido, num passado muito distante, bacias de sedimentação que se localizam entre dois continentes. Os sedimentos destas bacias provinham da erosão que ocorria nas massas continentais.

Quando ocorre convergência entre duas placas continentais ou entre uma placa continental e uma oceânica, inicia-se um processo de colisão. Quando esta se dá entre a crusta oceânica e a continental, a primeira, por ser mais densa, mergulha por baixo da segunda. Este processo designa-se subducção. Em certas condições geodinâmicas, a subducção também pode ocorrer entre duas placas continentais. O processo colisional conduz à deformação das rochas numa fase inicial originando dobramentos, que posteriormente podem gerar transporte de massas rochosas, a que se dá o nome de carreamentos. Associado a este processo ocorre também o metamorfismo. A parte da crusta ( continental ou oceânica ) que se mete por baixo da placa continental superior, devido ao atrito e ao aumento de temperatura no interior da Terra, pode entrar em fusão, dando assim origem a magmas que, ao ascenderem à superfície, podem provocar actividade vulcânica. Esta é, em geral, muito mais desenvolvida quando a colisão se dá entre uma placa oceânica e uma placa continental.

Os dobramentos e carreamentos, o metamorfismo e o vulcanismo têm mais expressão na placa superior, o que leva a que esta fique bastante mais espessa.

Considera-se que uma orogenia finaliza quando terminam os fenomenos metamórficos e magmáticos relcionados com o processo de formação de montanhas.

Quando as grandes montanhas ficam expostas aos agentes erosivos, os sedimentos resultantes depositam-se nas plataformas continentais e nos fundos dos oceanos, transformando-se, assim, em material que irá ser submetido a outra fase orogénica. Pode-se pois considerar a existência de ciclos orogénicos que, de alguma forma, vão, ao longo da história da Terra, modelando sucessivamente a morfologia da superfície terrestre.

 

Os oceanos

 

Os oceanos cobrem mais de dois terços da superfície terrestre e constituem o mais importante reservatório de água do nosso planeta. 0 oceano Pacífico corresponde a cerca de metade da área oceânica total.

O fundo oceânico apresenta uma paisagem submarina idêntica à paisagem dos continentes: montanhas, vales e planícies.

De todos os oceanos, dois foram objecto de estudos mais desenvolvidos: o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico.

As principais áreas que constituem o fundo dos ceanos são : a plataforma continental, o talude continental, a planície abissal, a crista médio-oceânica e as fossas oceânicas.

Fig.1 Fundo Oceânico

 

Intervenções do Homem nos subsistemas terrestres

 

Desde os primórdios da Humanidade que o Homem teve necessidade de explorar os recursos que a Terra e os seus subsistemas lhe proporcíonavam. O mais simples de todos será, talvez, o ar do subsistema atmosfera que,para além de conter o oxigénio utilizado numa função biológica básica ( que é a respiração ), pode ser utilizado para nos deslocarmos ( barcos à vela ), para produzir energia ( energia eólica ), entre outras utilizações. À biosfera, da qual somos parte integrante, vamos buscar os alimentos - animais e plantas - necessários para a nossa sobrevivência. É, no entanto, sobre a geosfera que o Homem tem desempenhado uma papel diversificado, na procura de diferentes materiais para as mais diversas aplicações.

 

Impactos negativos na geosfera

 

Embora os efeitos das actividades humanas se façam sentir, de forma praticamente inddiscriminada, sobre todos os subsistemas da Terra, os efeitos sentidos sobre a geosfera são bastante notórios, porque se trata da exploração de materiais do planeta que dificilmente se reproduzirão

Estes materiais são designados recursos naturais da Terra. Assim, de forma simplificada, os recursos naturais poderão ser classificados em recursos naturais renováveis e recursos naturais não renováveis.

 Os recursos naturais renováveis são aqueles que podem ser substituídos de tempos. Podemos dizer que os recursos naturais renováveis são aqueles que a Terra prduz a uma velocidade superior àquela com que o Homem é capaz de consumir.

No entanto, há recursos que acabam quando são consumidos ou quando são explorados de forma muito intensiva, estes recursos designam-se recursos naturais não renováveis. Podemos dizer que os recursos naturais não renováveis são aqueles que a Terra produz a uma velocidade inferior àquela com que o Homem é capaz de os consumir.

 

Protecção ambiental e desenvolvimento sustentável

 

 MUuitos dos problemas que afligem actualmente a Humanidade, e em particular um vasto conjunto de países subdesenvolvidos, resultam do crescimento populacional se fazer a um ritmo muito elevado, que não foi acompanhado, em termos proporcionais, por um crescimento da produtividade desses países.

Assim, a nível mundial existem países com elevados índices de produtividade e economias desenvolvidas, que apresentam crescimento da população nulo ou praticamente nulo. Em contrapartida, nas regiões menos desenvolvidas do Mundo, a par de uma produtividade e economia fracas, deparamo-nos com um crescimento populacional muito acentuado.

Este crescimento populacional fez com que muitas das populações se instalassem, sobretudo, na periferia das grandes metrópoles, com a ilusão de que a procura de meprego e de alimento poderia ser aí melhor sucedida. Desenvolveram-se grandes bairros, a maior parte das vezes com sistemas de saneamento, de abastecimento de água, electricidade, etc..., muito deficientes.

Como consequências imediatas deste aumento da população, resulta a necessidade de construção de casas, de estradas, de escolas, de hospitais, de fábricas, entre outras infra-estruturas. Muitas cidades cresceram desmesuradamente, de tal modo que muitas daquelas construções não terão sido edificadas nas melhores condições de estabilidade e segurança. Assim, ao esgotamento dos melhores espaços de construção seguiram-se construções em zonas consideradas como sendo de risco geológico.

Este risco geológico está muitas vezes, associado, por exemplo, à ocupação desregrada de certas zonas do litoral, a deslizamentos de terrenos, à actividade sísmica intensa, à existência de vulcões activos, à subsidência em zonas mineiras abandonadas, à ocupação do leito de cheia dos rios. Daqui pode resultar a perda irrecuperável de muitas vidas e também repercussões muito negativas na economia de uma região ou de um país.

Nos países mais desenvolvidos, as condições de crescimento económico permitiram desenvolver indústrias, criando-se assim mais postos de trabalho e, consequentemente, o aumento do consumo. Mas, com este desenvolvimento económico, cresceram, em simultâneo, a poluição e as agressões ao ambiente. Podemos definir poluição como a acção do Homem que introduz alterações negativas nos diferentes actividades.

Consomem-se cada vez mais combustíveis fósseis, que poluem a atmosfera e contribuem de forma significativa para o aquecimento global; destroem-se cada vez mais florestas, em que se abatem árvores em nome do desenvolvimento para a satisfação das necessidades do Homem; consomem-se cada vez mais matérias-primas naturais, que fazem com que os recursos da Terra sejam cada vez mais escassos.

Verifica-se assim que são muitos os impactes ambientais que o Homem é capaz de produzir sobre a geosfera, a biosfera, a hidrosfera e a atmosfera, não só como consequência directa da exploração dos seus recursos naturais, quer renováveis, quer não renováveis, mas também em consequência dos subprodutos que são rejeitados por aquelas actividades.

Assim, impacte ambiental é o conjunto de acções, ou comportamentos do Homem que, actuando sobre os subsistemas terrestres, são capazes de interferir com o seu equilíbrio natural.

Podemos, entre muitos impactes ambientais que ocorrem actualmente citar:

  • a exploração de rochas e minerais
  • a poluição dos solos e das águas
  • a destruição de património geológico
  • a artificialização de linhas de água
  • a artificialização da paisagem

A tomada de consciência de diferentes grupos de pessoas( tais como governantes, associações de defesa do ambiente) ou mesmo simples cidadãos anóimos para os problemas relacionados com os recursos da Terra e com o uso deles fazemos levou à criação do conceito de processos e atitudes que podem satisfazer as necessidades do presente, sem comprometer as necessidades das gerações futuras.

No entanto, muitas das situações que ocorrem ainda hoje, em particular nos países em vias de desenvolvimento e mesmo em muitos países desenvolvidos, constituem acções de continuada agressão ao Homem e ao ambiente, pelo que o conceito de desenvolvimento sustemtável continua arreado do dia-a-dia de muitas sociedades.