Catástrofe sem aviso
Terramoto de 1980 nos Açores
No dia 1 de Janeiro de 1980 às 16:42, os cidadãos das ilhas Terceira, São Jorge, Angra do Heroísmo e na Graciosa. Este sismo teve como magnitude 7,2 na escala de Richter e teve intensidade de grau IX na escala de Mercalli (pânico, fundações dos edifícios afectadas, canalizações rebentadas e fissuras no terreno). Nesta tragédia morreram cerca de 71 pessoas, 51 na ilha Terceira e 20 na ilha São Jorge, 15500 edifícios foram danificados levando a 15000 pessoas desalojadas. O epicentro deste sismo localiza-se a sul sudoeste e a 35 km da ilha de Angra do Heroísmo no oceano Atlântico. A densidade populacional dos Açores era de 104 hab. /Km2.
“A electricidade era pouca e aos saltos, a água ficou racionada e desaparecida, em muitos locais, por quebra de tubos, destruição de condutas”. – Dizia a população de São Jorge após o sismo.
“Nada ficou onde estava e, nunca mais, nada foi a mesma coisa!” – Dizia um dos habitantes da ilha Terceira.
Só quem viveu esses dias e anos; só quem andou por caminhos esburacados, meteu os pés, vezes sem conta, na lama de cimento areia e brita em que o chão da ilha se transformou; só quem viu desaparecer – assim num sopro – lugares, cheiros e vivências da cidade, com a certeza absoluta e íntima de que nada voltaria disso tudo, por muito que reconstruísse, por muito que desejasse, sabe do que falo.
Trago isto aqui porque se deve fazê-lo. Não para recordar as tais amarguras, mas porque a gente da minha terra foi capaz de, apenas 24 horas depois de ver o seu mundo abanar até aos fundamentos, erguer as mãos e tolher os passos largos da angústia com trabalho e solidariedade. – Francisco Maduro Dias (pintor, escultor, desenhador, decorador e poeta da Angra do Heroísmo)
· O que é um sismo?
Um sismo é um fenómeno de vibração brusca e passageira da superfície da Terra, resultante de movimentos subterrâneos de placas rochosas, de actividade vulcânica, ou por deslocamentos (migração) de gases no interior da Terra, principalmente metano. O movimento é causado pela libertação rápida de grandes quantidades de energia sob a forma de ondas sísmicas.
· Como se propaga?
Um sismo propaga-se por ondas sísmicas que se dispersa a partir do foco ou epicentro (na superfície) em todas as direcções e sentidos, obrigando as partículas que constituem os materiais rochosos a vibrarem.
· Escalas para sismos
Quando se quer medir a magnitude usa-se a escala de Richter, que caracteriza a magnitude usando números inteiros e decimais. O maior sismo alguma vez registado tinha 9,5 na escala de Richter.
Quando se quer medir a intensidade utiliza-se a escala de Mercalli Modificada, esta baseia-se no grau de destruição e a percepção das vibrações pela população, e vai de I a XII.
· Variações de intensidade com a aproximação do epicentro
Quanto mais perto do epicentro, maior a destruição e maior será a magnitude, à medida que nos afastamos do epicentro menor será a destruição e também a magnitude pois as ondas sísmicas vão perdendo intensidade.